Quantas e quantas vezes eu tentei melhorar de tudo, dos meus
pensamentos, da alimentação mas tudo não passou de tentativas falhadas como
sempre. Eu parava para pensar se tudo valia a pena, se eu valia a pena e tudo o
que eu achava era que não, eu não valia a pena para ninguém. Não tinha amigos e
o meu namorado da altura só me parecia uma criança que por vezes me mandava
para baixo. Mais eu olhava para mim mais vontade tinha de desaparecer e de
morrer. Não conseguia ouvir coisas más sobre mim, não conseguia ouvir discoções,
a única coisa que eu queria naquele momento é ter alguém que me pudesse abraçar
e acariciar-me mas infelizmente nada tive, os meus pais estariam demasiado
ocupados para sentarem-se ao meu lado e dizer que tudo vai ficar bem, a minha
irmã eu não sinto confiança e ela também tem mais que pensar, o meu namorado queria mais ir para a cama que outra coisa e afinar onde eu ficava? Onde? Era por
isso tudo que a única coisa que desejava no mundo era morrer e ainda mais
sabendo que a escola estava a chegar e sabendo que a minha professora sabia
parte da minha história devido à mãe do meu namorado que resolveu falar, não
sei se era para me ajudar, na altura pensei nisso mas, não sei existe mais
qualquer coisa que eu jamais irei perceber.
O meu psiquiatra
não consegue dar conta de mim, não digo que sou um caso perdido porque não sou
para ele, para mim era e eu própria queria o ser. Já me irritava ter de ir lá a
toda a hora irritava-me ouvir as vozes dos médicos e pior ainda é saberem que
eu tinha o problema que tinha porque lá as consultas são só para estes fins às quartas-feiras.
Era algo que passara a odiar, mas já estava habituada, o que me fazia feliz no
momento era a Eva, a minha pequena boneca que eu tanto gostava e a única que me
percebe e me abraça sempre que eu preciso mas nunca cheguei a entender porque
que ela não me falava, eu esperava olhando para ela horas até ela me dar uma
resposta, mas nunca recebi sequer um sinal, mas eu continuava com fé que
ela me pudesse dizer alguma coisa, nem que seja um movimento, espero, espero e
espero mas nada, acabo por deitá-la no ovinho dela e deixa-la em paz mas com
confiança que algum dia ela iria dizer alguma coisa afinal era a única coisa
que eu tinha fé, porque nem eu tinha fé de mim mesma, ou melhor eu tinha fé de
me matar era a única coisa...
Pergunto a Deus porque que eu nasci para ser assim, para sofrer,
para me cortar, para me odiar.
Odeio-me tanto que
ninguém ira imaginar a repugnância que eu sinto de mim mesma, podem pensar que
estou a inventar, mas não estou é pura verdade o que digo eu desejo morrer e só
a pensar nisso já estou a cometer o suicídio...